A tuberculose é uma doença bacteriana necrotizante causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Atinge primordialmente os pulmões, mas pode propagar-se para outros órgãos secundariamente. A infecção primária de outros órgãos, como por exemplo o ouvido, sem que se detecte foco pulmonar primário, pode ocorrer de forma mais rara.

Apesar dos avanços da farmacoterapia para a tuberculose, da instituição da pasteurização do leite e da vacinação pelo B.C.G., a tuberculose permanece sendo uma das doenças infecciosas mais comuns nos dias atuais. Sua incidência iniciou nova ascensão em 1989. Esta tendência parece dever-se a diversos fatores, especialmente a um aumento das populações de alto risco para a doença, incluindo os pacientes HIV positivos, os sem-teto, vítimas da fome e desnutrição e os usuários de drogas endovenosas. A dificuldade em manter um programa de tratamento efetivo para a tuberculose, em vista das baixas verbas governamentais e das dificuldades em administrar e monitorar o tratamento, especialmente nos países em desenvolvimento, também contribuem para o atual aumento da tuberculose. Tornando o quadro ainda mais sombrio, há o aumento da taxa de micobactérias multidroga-resistentes.

A otite média tuberculosa (O.M.T.) é uma doença pouco freqüente, mas quando ocorre, causa uma morbidade significante. É a segunda doença de etiologia tuberculosa mais freqüentemente vista pelo otorrinolaringologista, inferior apenas à tuberculose laríngea. Há indícios de que sua frequência seja na verdade maior do que se estima, havendo um grande número de casos não diagnosticados, seja por ausência de suspeita, ou pela dificuldade na confirmação etiológica.

A existência de terapêutica efetiva faz com que o diagnóstico precoce seja de extrema importância para obter-se um resultado final satisfatório, iniciando logo o tratamento medicamentoso, evitando assim, a ocorrência de sérias complicações como hipoacusia, paralisia facial, envolvimento intracraniano e intervenções cirúrgicas desnecessárias.

Saiba mais sobre a tuberculose de orelha

História da otite média tuberculosa

O envolvimento do osso temporal pela tuberculose foi primeiramente descrito por Jean Louis Petit no século XVIII, muito antes da descoberta do bacilo da tuberculose1. Em 1835, Romberg e Geissler associaram a mastoidite tuberculosa à tuberculose pulmonar2. Os sinais clínicos da doença foram pela primeira vez delineados por Wilde, que, em 1853, descreveu a ocorrência de otorréia indolor e as características da membrana timpânica3. Em 1882, Koch demonstrou o bacilo da tuberculose e em 1883 Esche isolou o bacilo na secreção do ouvido médio4,5.

Incidência em relação à otite média

A O.M.T. era uma doença comum nas primeiras décadas do século XX, época em que a condição já era reconhecida como entidade clínica, mas em que não havia agentes antimicrobianos.

De acordo com Turner e Fraser, em pesquisa realizada entre 1907 e 1914, dentre os 1.797 casos de otites médias em indivíduos abaixo de 15 anos, 51 (2,8%) eram por tuberculose6. Destes 51, 50% dos pacientes tinham menos de 1 ano de idade e 27,9% dos pacientes encontravam-se no segundo ano de vida, sendo que na adolescência este número caía para 2%. Os autores presumiram que esta alta incidência nos primeiros anos de vida devia-se à ingestão de leite contaminado.

Proctor & Lindsay7 fizeram, em 1942, um levantamento tendo como fonte 8.555 casos de otite média relatados por diversos autores e encontraram uma incidência de otite tuberculosa que variou de 1,3% a 15,4% (média de 2,7%). Esta grande variação na percentagem encontrada deve-se, provavelmente, às diferenças das faixas etárias pesquisadas, a diferenças na incidência local de tuberculose em diversas partes do mundo e às variadas técnicas empregadas para estabelecer o diagnóstico.

Após o advento dos agentes antimicrobianos, da pasteurização do leite e com a melhor compreensão da epidemiologia da doença tuberculosa, a incidência da O.M.T. refletiu-se na queda da incidência da tuberculose pulmonar, ou seja, a ocorrência da O.M.T. declinou. Entre 1950 e 1959, Jeanes e Friedmann encontraram apenas 12 (0,05%) dentre os 23.000 casos de otite média pesquisados num único hospital, em Londres8. Estes números fazem grande contraste com os encontrados na era pré-antibiótica, porém a maior incidência em crianças continuou presente, com 6 dos 12 casos ocorrendo em indivíduos abaixo dos 12 anos.

Plester et al.4, em 1980, tiveram comprovação histológica de tuberculose em 14 das 4.000 biópsias de ouvido médio realizadas (0,35%).

Maitre9, por exemplo, diz que nos dias atuais a incidência da O.M.T. não ultrapassa 0,1%, de modo que esta entidade é praticamente desconhecida dos médicos mais jovens.

Segundo Bento et al.5, isto não é uma realidade em todas as regiões do mundo, e afirma que: “Apesar de no Brasil não dispormos de uma estatística neste sentido, temos razões para supor que a incidência da O.M.T. em nosso meio ainda é bem superior à apresentada por Maitre”.

As afirmações destes autores fazem-nos concluir que a escassez de casos, pelo menos em nosso meio, pode advir não só do desconhecimento da entidade clínica, como das dificuldades de registro científico dos casos diagnosticados.

 

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